Mini Maratona

Fiz pela primeira vez a Mini Maratona há uns anos mas em ambiente de descontração total. Fui a andar, parei dezenas de vezes na ponte para tirar fotos e não, não fiquei entusiasmada ao ver pessoas a correr...

Desta vez era diferente. O dia começou cedo, como era de prever. Aliás, o dia não começou porque o anterior não terminou... Eu mal dormi tal era a ansiedade. Afinal aquela seria a minha primeira prova.

Não tinha dúvidas que conseguia terminar até porque já fazia treinos mais longos que a prova, portanto foquei-me em fazer um bom tempo. O M. foi comigo mais por brincadeira, afinal ele já fez 10k em 58min ainda que a verdadeira paixão dele seja o cycling. A minha irmã também se aventurou. Desde há algum tempo que ela anda voltada para tudo o que é desporto: vai de bicicleta para o trabalho, tem aulas de ténis, treina uma equipa de futsal feminino e até joga PlayStation (também pode contar, não?). Desafiou-se e conseguiu fazer a prova toda a correr!  

Eram 7h da manhã e estava na hora de dar início aos preparativos. Vesti o equipamento já preparado na noite anterior, apliquei o dorsal, tomei o pequeno almoço (que já não me lembro o que foi), phones check, TomTom check, telemóvel check (desta vez queria registar o momento e fiz um esforço - depois conto-vos porque é um esforço correr com telemóvel) e siga de carro até Entrecampos onde me encontrei com o M. e com a minha irmã. Seguimos de comboio até ao Pragal, nós e mais umas centenas. Uma enorme confusão à chegada, milhares de pernas prontas para mexer. Quem tem dúvidas sobre o crescimento do número de pessoas que agora se dedica à corrida só precisa de ir a esta prova para desfazer qualquer dúvida. É verdade que muitos vão apenas andar mas há um bom número de corredores de pelotão.

Tirámos umas fotos, falámos sobre as nossas expectativas, sobre a gestão do esforço que faríamos (ou tentaríamos fazer) e, quando demos por ela, já eram 10:30h e soava o tiro de partida. Meu Deus, que confusão! Primeiro percalço: achei (ingenuamente) que estava no lado da ponte mais congestionado (parece quando estamos no trânsito e mudamos de faixa constantemente porque a outra flui sempre mais depressa) e decidi saltar os separadores centrais. Obviamente no meio de tanta gente o cálculo não foi bem feito e bati com a canela. Mais uma nódoa negra para a posteridade já que os meus hematomas demoram no mínimo uma vida para desaparecerem...

Fizemos o tabuleiro da ponte a um ritmo lento, aos ziguezagues, a contornar as 1001 pessoas que vão andar (e não tenho nada contra) mas que andam lado a lado, às vezes grupos de 10! Mas já sabíamos que ia ser assim portanto não havia o que reclamar. «Para a próxima treina o suficiente para fazeres a meia e deixares este pessoal para trás» - pensei.

No final do tabuleiro da ponte, no início da descida para Alcântara, acontece o inesperado mas óbvio, que só uma principiante como eu não soube prever: xixi. Sim, xixi. Comecei a sentir uma vontade enorme de ir ao WC que se intensificava a cada passada. 

«Oh sua burra, estavas à espera do quê se foste à casa de banho às 7h da manhã e já bebeste um garrafão de água?»

Falei com o M. e ele perguntou-me se queria parar. Obviamente que antes de ser aspirante a atleta sou uma Lady! Não ía parar no meio da rua para libertar líquidos íntimos! A partir de Alcântara a corrida nunca mais foi a mesma. Eu estava desesperada ao ponto de me incomodar o som da abertura das garrafas de água no abastecimento, água essa que não bebi mesmo debaixo daquele calor abrasador. Deixei de sentir prazer ao correr, só me imaginava a passar a vergonha de acabar a corrida com uma mancha no equipamento.

Uma vez que tinha visto no site da prova que a corrida teria 7km (devem ter prazer em enganar-nos porque aos 7km ainda estamos muito longe da meta) decidi que iria dar tudo por tudo para fazer essa distância. Assim que o meu TomTom bateu nesse número pareio-o, entrei dentro de um café junto à chegada aos Jerónimos e nem precisei de dizer nada, a senhora apontou-me a porta do WC. Nunca fiquei tão feliz por ver uma sanita!!!

Conclusão: esta prova podia ter sido melhor? Podia. Claro que podia. Estava a fazer um 'bom' tempo até a minha bexiga me trair. 


Resumo da prova:

Mais uma vez o Strava a 'arrancar-me' 100m


Embora esta experiência tenha tido algumas dificuldades foi positiva. Consegui sentir o que é um ambiente de competição, ter a certeza que detesto correr debaixo de sol e, principalmente, aprendi que devemos sempre esvaziar a bexiga antes do início de uma prova.

Pelo menos temos direito a um geladinho no final!






Comentários

  1. Ainda bem que, apesar de tudo, a experiência foi positiva :)

    Não é, de todo, uma boa prova para estreias. Sobretudo, por causa da confusão. Mas é uma prova mítica, que toda a gente gosta de fazer! Muitos parabéns!

    Nesse dia aconteceu-me uma coisa curiosa... Tentei por duas vezes ir à casa-de-banho antes da prova e não consegui, o que me deixou preocupada... A verdade é que, não sei se foi por causa do calor e da desidratação, mas só consegui ir já em casa, muitas horas depois. De manhã tinha bebido o meu chá, antes da prova bebi a minha água (levo sempre uma garrafa para ir bebendo antes), durante a meia bebi imensa água e isotónico, mas devia estar a ser tudo aproveitado pelo sistema!

    Para a próxima, já sabes :)

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  2. Eu acho que a Mini não é realmente a melhor prova, mas é animada!

    A coisa curiosa que te aconteceu era o que precisava que me tivesse acontecido a mim ahahahah. Vou pensar muito bem em tudo isto para fazer o melhor na meia do Porto e não passar pelo mesmo, é realmente muito desconfortável.

    Correu-te bem a meia? Eu achei que estava imenso calor, pior ainda para os 21k por isso muitos parabéns! Tens toda a minha admiração por aguentares a meia e o xixi ao mesmo tempo. Agora tens de fazer o mesmo naquela-prova-cujo-nome-não-pode-ser-mencionado :)

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    1. Acho que é uma questão de tempo e de treino, para também ires conhecendo o teu corpo e as tuas necessidades de hidratação :)

      Correu bem, sim. Ia em modo descontraído, a acompanhar uma grande amiga que se foi estrear nessa distância! Mas estava muito calor, estava!

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  3. Essa prova é sempre complicada de início, mesmo para quem faz a Meia... Mas é daquelas que toda a gente tem que fazer uma vez na vida. E apesar das contrariedades conseguiste um ritmo muito agradável.

    Aconteceu-me algo semelhante à Agridoce, mas na Meia Maratona da Vasco da Gama. A minutos de começar deu-me uma vontade imensa e todos os WC portáteis estavam cheios de gente. Disseram-me que à saída da ponte havia um sítio bom para fazer - ao ar livre, claro - e lá estavam imensos atletas, mas a vontade foi-me passando e mesmo bebendo água e isotónico dos abastecimentos só fiz várias horas depois.

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    1. Eu acredito que o meu lado psicológico teve muita influência nesta situação. Comecei a ficar tão nervosa com a situação e o medo de falhar era tanto que acabei por me descontrolar. Vou tentar aprender com esta experiência para melhorar na próxima. Os meus amigos gozam e dizem que me vão oferecer uma algália! :P

      Entretanto também me apercebi que no final da Av. de Ceuta, próximo dos abastecimentos, existiam 2 WC portáteis. O problema é que só os vi quando estava a regressar a casa!

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